Entre o internacional e o nacional se oculta[va?] um intra movimento uniforme (parte II)

13/05/2014 09:08

Marcos Belmonte [leia a primeira parte]

A situação internacional, onde, a verdade real e correta é sempre a norte-americana, está seriamente abalada. Os EUA e seus cachorrinhos (estados coniventes) com suas pulgas (elites desses estados subservientes) já não detêm essa inquestionalidade. Estão, sim, sofrendo um forte revés, o que indica mudança dos tempos já desgastados pós-guerra. O Irã, que era considerado o grande vilão mulçumano anti-EUA, anti-ocidente, anti-cristianismo, liberdade, democracia e etc., já mostra, como dizem: por A+B, que está vivendo – ao que indica - numa realidade de relativa paz e que sua produção nuclear é para fins pacíficos e, dessa forma, pede o fim das sanções impostas pela ONU e a OTAN (no fundo, os EUA) e, devidamente aplaudidas por Israel e seus sionistas – que não merecem outra coisa que não o forno. O papel do Irã nas políticas-econômicas – como parceiro direito / indireto de grupos como o BRICS, de países da América Latina - já não pode ser ocultado pela ânsia norte-americana e do lobby judaico-sionista de controle total e irrestrito da região estratégica do Oriente Próximo.

A China já não pode ser considerada o novo perigo vermelho contra o ocidente, a liberdade e a democracia. Há poucos anos diziam que na China não havia liberdade com relação à internet, mas, uma pesquisa mostrou que no mesmo ano, a China foi o país que mais acessou a rede mundial de computadores. Chegaram ao absurdo de dizer que se você coloca-se no Google as palavras liberdade e China juntas, a pesquisa não acharia nenhum resultado. Tentaram desacreditar e acusar de ameaça ao ocidente a China, basta ler nas entrelinhas da geopolítica asiática e sua importância na economia mundial para entender o porque desses ataques. O maior atacante dessa potência é os EUA, não à toa, pois, a China é dona de quase metade da dívida interna norte-americana.

A Venezuela de Maduro passa por situação de intensa convulsão política. As elites e a classe média conservadoras querem retomar o poder do país para impor suas reformas pró-interesses seus e da hegemonia do continente americano. Os golpistas de 2003 estão de volta, de maneira tão mais radical que até o candidato de oposição que concorrera contra Chávez, Enrique Caprilles, hoje, terceira opção para a presidência, criticara o movimento de oposição pelo acirramento descabido dos confrontos nas ruas. As grandes imprensas-empresas brasileiras mostram uma situação de caos e insatisfação, mídias alternativas mostram o apoio à Maduro da população mais pobre do país.

O IBAS fez exercícios militares em larga escala no atlântico sul há poucos anos e o pré-sal é uma realidade. Para certas potências, isso é um incômodo. A Lei do Mar não permite a presença dos EUA de maneira consistente nesse território devido a geografia e eles não tem presença bélica nesse locus. Não à toa entraram em negociações com o Paraguai para colocação de uma base militar “visando unicamente” seus investimentos naquele país. Não houve denúncia forte na grande mídia brasileira, mas nas alternativas houve reação. A Líbia era tratada como um caos completo pela grande mídia que, após matarem Kaddafi, nem tocaram mais no seu nome, como se a democracia se fizesse plena naquele local, mas esqueceram de avisar que EUA e seus aliados, pós-invasão, lucraram grandemente com o petróleo da nação. As redes não cooptadas discutem e informam esses aspectos da situação internacional.

As agências internacionais de economia, tais como a Standard & Poor rebaixam as notas de países membros dos BRICS – dizem que o Brasil é o mais fraco dos emergentes “cresceu 2,8%"[1] no período e o mundo 1,8%[2] no mesmo momento”; que a China está em crise e que cresceu menos – a crise é de fato dos EUA, seu principal consumidor – e seu crescimento é de 7,9%[3]  -; que a Rússia está fraca e etc. Essa situação é devido ao crescimento e consistência dos países emergentes e o BRICS em oposição à hegemonia norte-americana, chegou a um ponto de ruptura[4] , pois, planeja a constituição de uma agência para contrabalancear a Standard & Poor e tirar o dólar como moeda principal das negociações. É uma mudança realmente grande para o futuro.

Estudos feitos nos EUA dão conta do perigo que o meio ambiente está com a atual industrialização e pedem mudanças contundentes na economia dos países - assim como seu eco brasileiro, a candidata Marina Silva - , mas não falam que isso está longe do altruísmo, pois, a economia dos EUA está na atualidade fortemente amparada no mercado acionário e tem um enfraquecimento de suas indústrias em território americano. Essas indústrias vão para outros países, onde, esses, como a China, evoluem em sua industrialização própria e com esse incremento estrangeiro fortemente controlado, acabam por poluir mais. Esse é o contraponto: industrialização forte gera um país com economia forte, que por sua vez, ameaça a hegemonia dos EUA, que tem sua industrialização local fraca, que está no mercado irreal das ações, que teme a China, e que, portanto, a acusa de poluidora. É desnecessário falar sobre o absurdo e assassino embargo à Cuba apoiado somente por EUA e Israel.

Essas situações na política internacional não são desveladas pelas grandes mídias, porém, diferentemente de antes, a situação onde, o que não é dito pela imprensa-empresa não aconteceu, já inexiste com o advento das mídias alternativas. A situação internacional está em franco movimento, e esse, refletirá grandemente no Brasil, na minha e na nossa vida. As eleições para a presidência da república estão chegando e nosso voto será uma grande prova para sabermos se estamos olhando para o mundo à nossa volta, ou só para nosso umbigo. A hegemonia está em declínio e a multipolaridade em ascensão, ainda sim, há partidos que querem se vincular aos EUA de maneira subserviente erguendo catástrofes como a ALCA, estou falando do candidato do PSDB; mesmo depois do fracasso nacional que foi a era das privatizações, há partidos que se dizem privatizadores, dizem que é para livrar as instituições brasileiras da mão corrupta do estado, deixando-o na condição de mínimo. Chamavam os esquerdistas de retrógrados e dinossauros, mas quem aplica essa lógica é que mais se assemelha à um neandertal de quinta categoria mergulhado num obscurantismo religioso, estou falando do PSC. Falam que os esquerdistas e comunistas são movidos pelo ódio – palavras do estúpido e claramente idiotizado, Lobão – mas olhem as declarações de vermes como Bolsonaro, Heinze e etc., que tem como maior destaque Ana Amélia Lemos em seu partido. O PP é notadamente o partido dos latifundiários e a situação política fez com que esses tivessem participação imensa no desenvolvimento do regramento ambiental do país. Só pode ser uma piada de muito mau gosto que chega às raias do deboche.

O ocidente se alimentava de informação regurgitada pela imprensa-empresa sobre a Autoridade Palestina que nos era mostrada como uma organização terrorista e assassina de judeus, mas nunca disseram que os soldados israelenses humilhavam desumanamente todos os palestinos que encontravam na sua expansão para os campos irregulares da Cisjordânia. As mídias alternativas dão conta desses aspectos e da reação das populações aos desmandos desse lobby judaico-norte-americano. Essas duas nações são verdadeiramente nações terroristas e mercenárias. Agências de notícias não cooptadas nos informam das verdades, assim como grandes intelectuais do naipe de Noam Chomsky. A UE está tomada por uma onda de direita e extrema- direita (vide França, Inglaterra, Grécia e etc). A Alemanha está esfacelando o estado de Platão com suas medidas de austeridades (cortes abruptos nos gastos sociais, arrochos salariais, demissão de funcionalismo estatal e etc) que somente põe o povo numa situação de deplorável condição de vida. Armínio Fraga (possível Ministro da Fazenda de Aécio) acha que o salário mínimo está alto de mais. Semelhante? As pessoas não viam e não confrontavam essas realidades para ter um panorama mais amplo sobre o que de fato é melhor para o povo. Isso está mudando. Realmente.

Os habitantes da Criméia – os do leste do país e de Sevastopol - estão sendo assassinados por neofacistas e neonazistas, mas estão reagindo e tendo um apoio que está fazendo um contrapeso à hegemonia norte-americana, a antes mau falada Rússia. Puttin – apesar de ser muito conservador em vários aspectos – está se esforçando para manter um diálogo ao nível do respeito, mas recebe alcunhas de “Hitler” de pessoas como Hillary Clinton - esquecendo-se que foi o seu marido inconfiável que promoveu guerras, assassinatos tanto quanto seus colegas de partido como de política. Esses políticos americanos são de uma idiotice abissal! Mas que detêm muitos fãs e capachos igualmente nojentos em Emissoras de comunicação e políticos brasileiros. Palestinos são assassinados pelos militares israelenses tanto quanto judeus nos fornos nazistas e ninguém fala nada, mas todos ficam comovidos quando lembram o genocídio judeu. Pois é o mesmo genocídio que estão cometendo contra os povos palestinos! A Venezuela é atacada pela direita; a pequena Cuba sofre bloqueios internacionais; a China é acusada de querer acabar com as áreas de influência do pobre Japão, como se ninguém soubesse de Nanquim! Amarildos são assassinados toda semana nas favelas do país; Cláudias Ferreiras sofrem descasos das policias militares até quando já mortas! Atores como Vinícius Romão são presos por serem negros! Dançarinos como DG são mortos por serem favelados! Manifestantes são presos sem explicações! A PM invade áreas federais (como no caso da ESEF em Porto Alegre) e são truculentas como só a impunidade permite! Chega!! Mas discussões sérias estão brotando por todo o país, por todo o mundo, pelas mídias alternativas, como esse blog. Nossas vidas estão ligadas. A Criméia não está tão longe como a geografia mostra. A visão hegemônica já não passa sem questionamento real, e chegará o dia que não passarão nunca mais. Mas eu quero de fato é o dia que esse estrume seja banido da Terra. Estamos todos juntos. Força!!!

Notas
[1] número aproximado.

[2] Retirado Pravda.Ru em 29/04/14 10:14

[3] Idem

[4] Não há como negar que o império excepcionalmente informal dos EUA, sem colônias de ocupação, expandiu-se por todo o globo durante e depois da 2° Guerra Mundial. Fez o que fez, porque foi poupado da horrenda e imensa perda de vidas, da devastação material e da ruína econômica que se abateram sobre as grandes potências beligerantes, aliados e eixo. Para completar, o “complexo industrial-militar” sempre em expansão, disparou do dia para noite, o poder circunstancial e momentaneamente único, marcial, econômico e soft, da Pax Americana. Mas agora, o peculiar império americano já ultrapassou o momento do apogeu. Seus tendões econômicos, fiscais, sociais, cívicos e culturais estão seriamente desgastados. Ao mesmo tempo, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e Irã reclamam seu lugar no concerto das potências mundiais (...). Retirado de Pravda.Ru em 29/04/14 10:14

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