Mídia e o Mundo Abstrato

26/02/2013 08:25

Rodrigo Santiago da Silva Garcia

 

A rede tecnológica, a qual estamos permeados, nos permite escolher informações e buscar, em mídias alternativas notícias que estão fora de foco das mídias convencionais. Trata-se de mídias alternativas, aquelas que estão ligadas a blogs, redes sociais, etc.. e mídias convencionais as de televisão de canais abertos. Um fato concreto é a fatalidade do ocorrido em Santa Maria, um fato lamentável, em que a mídia explora há três semanas, não que eu discorde da repercussão que se deve atenção, porém os desdobramentos em que está ainda em pauta, estão tomando caminhos tênues. Outro fato é o caso da Vila da Liberdade, local de moradia ao redor do novo estádio do Grêmio, a Arena. Este fato, ainda que ocorrido na mesma semana da fatalidade da boate “Kiss” em Santa Maria, não teve a proporção que deveria ter tido em relação a sua gravidade, então observe.

 

Tanto em Santa Maria, quanto em Porto Alegre, os trágicos acidentes ocorreram sob uma suspeita em comum, o capital. O capital que hoje é um abstrato em nossa atual sociedade, marcada por um pós-modernismo, por diversas facetas de identidades, por transformações, por jovens da geração y, enfim, por uma infinidade de conceitos que parecem ter corpo próprio, ou seja, que não estão ligados por um fio condutor, o capital. As tragédias ocorridas no mês de Janeiro têm em sua abstração o dinheiro, ou melhor, o lucro. Confirmo, antes de qualquer coisa, que estou antecipando fatos, principalmente o do incêndio na Vila da Liberdade que subjetivamente acuso de incêndio criminoso, em prol dos interesses que circundam a criação de um novo estádio. Já a fatalidade em Santa Maria, começa numa imensa corrupção que desemboca na culpabilidade do integrante da banda que se apresentava naquela noite, a corrente arrebentando para o lado mais fraco. Mas o que está por trás disto tudo mesmo? O abstrato conceito, o capital.

 

A mídia não nos diz claramente isto tudo, até porque segue padrões “éticos” ao fazer um “jornalismo transparente”, porém, ao escolhermos as mídias alternativas teremos uma variedade de notícias que denunciam o faminto mundo do dinheiro, do lucro, da ignorância humana concentrada no consumo, na subjetividade que alheia os olhos a um mundo cada vez mais corrupto. O mundo em que vivemos está sim em transformação, porém a maioria do globo está mergulhado na subjetividade da informação e também na subjetividade do viver. O consumo está inserido de forma sorrateira, afirmando verdades inexistentes, criando-se na mistura de cores para redefinir outra, deixando a interpretação do que se é, cair no abstrato do individualismo, do que eu acho que seja. Um tanto abstrato o que escrevo, não acha? Sim, diria que subjetivo, mas prestem atenção ao ler, ou escutar as duas notícias midiáticas, das quais citei neste artigo e perceberam o quanto é confuso e perigoso o que nos passam. Camuflagem à ganância do capital, isto é o que parece. Estas notícias então ligadas ao mundo em que vivemos. Parece ser perigoso generalizar, apontando o jeito de ser do mundo, porém, vejo guerras, revoltas, crises, fome, tragédias, ligadas a um sintoma, o sintoma do capital. Claro que com ele demanda a organização social de tais sociedades, cultura, política, religião, porém, ele está sempre rondando as grandes mudanças.

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